Luis Arce: “Será o meu governo”
Defendeu a participação social
Luis Arce (ao centro) e seu vice, David Choquehuanca (de máscara), comemoram resultado nas eleições bolivianas
O
presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, disse que não rejeita Evo Morales como
“mentor”
e “líder
histórico” de seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo), mas
garante que o ex-presidente não mandará no governo.
A afirmação foi feita em entrevista à agência EFE,
publicada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta 4ª
feira (21.out.2020).
O presidente eleito disse que o foco de sua
gestão será a inclusão da juventude. Segundo ele, é preciso haver mais
participação social.
“No nosso governo,
incluiremos mais jovens. É o MAS 2.0. Um MAS renovado. Devemos continuar
algumas coisas boas que fizemos, mas é claro, temos de modificar outras”, declarou.
“Tem de haver mais
comunicação com as organizações sociais, reuniões regulares e permanentes. É
preciso dar espaço a setores que antes não tinham acesso, como profissionais e
jovens. Se possível, deixar que profissionalismo e juventude andem juntos”, afirmou.
Arce disse que partidos de direita inventaram
que o ex-presidente governará o país para “tentar capitalizar em cima de algumas
pessoas“.
“Isso é o que os
partidos de direita inventaram para tirar nossos votos, para tentar capitalizar
em cima de algumas pessoas que não gostam do Evo, seja por ódio, racismo ou o
que for. Nós vamos governar. Este não será o governo de Evo. Será o meu
governo. E no meu governo faremos a Bolívia avançar”, afirmou.
“Uma
coisa é a liderança do ex-presidente, porque sempre reconheceremos o líder
histórico que ele foi, o mentor desse processo de mudança que a Bolívia vive
desde 2006. Mas a questão das eleições é outra coisa. Elas tiveram como
base as organizações sociais, a militância do MAS e o povo boliviano, que
queria uma transformação”, disse Arce.