Os anos passam e o Hospital de Corumbá continua amargando uma enorme
crise financeira e administrativa, que tem afetado a população pantaneira. São
dívidas, antigas inclusive, que vem se acumulando ao longo dos anos,
prejudicando a prestação de um bom serviço por parte daquela casa de saúde, a
única existente na região.
Na terça-feira, 24, o presidente da Câmara Municipal, vereador Roberto
Façanha, fez um relato sobre os problemas que se acumulam por mais de 24 anos,
culminando com atrasos de pagamento de médicos e servidores, e até pedidos de
demissões de médicos.
O assunto tem sido amplamente debatido pelos vereadores corumbaenses e,
ontem, o presidente foi taxativo ao afirmar que a saída está na “união de
esforços das autoridades, municipais, estaduais e federais, e a participação do
Ministério Público Estadual, com todos atuando de forma firme, na busca de
soluções para os problemas financeiros da Santa Casa”.
Façanha lembrou que o MPE desencadeou o processo de intervenção, por
meio de um acordo judicial, culminando com a criação de uma Junta Interventora
para administrar o hospital. Isso ocorreu em 2010. Na época, ficou estabelecido
que Governo do Estado era responsável pela destinação mensal de R$ 70 mil,
outros R$ 50 mil caberia à Prefeitura de Corumbá, e R$ 20 mil à Prefeitura de
Ladário.
Façanha ressaltou ainda que o Hospital é mantido com recursos do
Município e do Estado, como parte da contratualização. Só Corumbá repassa cerca
de R$ 700 mil mensais. Mas, a instituição sofre em demasia quando o assunto
está relacionando ao SUS, cujos valores repassados, “não são suficientes nem
para compra de material necessário para uma cirurgia eletiva”.
Citou que é necessário um trabalho em parceria, e que a Câmara vai
buscar um encontro com o Ministério Público Estadual, órgão extremamente
importante na atual situação, principalmente no apoio às autoridades, e buscar
saídas para salvar o único hospital da região, inclusive com balanços mensais
para mostrar onde os recursos estão sendo aplicados.
“O que não pode é o hospital iniciar o mês sempre com dívidas. E isso
tem acontecido na Santa Casa de Corumbá”, observou. “Os recursos que
entram, tanto do Estado, como do Município e da União, têm que ser superiores
aos valores das despesas que o hospital tem com água, luz, telefone, pagamento
de pessoal, pagamento de plantão, compra de medicamentos e de insumos. Não
existe empresa pública ou privada que sobrevive iniciando todos os meses com o
caixa no vermelho”, continuou.
Antes de finalizar, enalteceu o trabalho dos vereadores para que o
hospital esteja em condições de bem atender a população. Sugeriu inclusive que
a Santa Casa seja administrada pelo Governo do Estado, transformando-a em um hospital
regional, aproveitando o fato de estar investindo na construção de um novo
Pronto Socorro moderno.
Texto/Fonte: Assessoria
de Comunicação do Vereador