Extremamente
atingida pelas queimadas nos últimos anos, a Serra do Amolar, no Pantanal de
Mato Grosso do Sul, já vem recebendo mudas de plantas frutíferas. O plantio das
novas árvores fazem parte de um projeto, do Instituto Homem Pantaneiro em
parceria com o Nós Fazemos o Clima, que pretende repor a floresta queimada
pelos incêndios em 2020, no bioma. Veja abaixo montagem com o
antes, depois e atualmente da região.
Em 2020, quase 60% dos focos de incêndio no Pantanal foram provocados por
ações humanas, segundo estudo apresentado pelos Ministérios Públicos de Mato
Grosso do Sul e de Mato Grosso. De acordo com o levantamento,
foram 4,5 milhões de hectares do bioma devastados pelo fogo em 2020.
A
Serra do Amolar é conhecida por ser uma região extremamente isolada e o plantio
das mudas frutíferas devem ajudar na recuperação da vegetação.
O biólogo
e agroflorestor Murilo Arantes explica que serão duas frente de atuação. A
primeira às comunidades pantaneiras da Serra do Amolar e da Barra do São
Lourenço, que oferecerão alternativas de plantio orgânico nas comunidades que
possam também contribuir para a restauração dos ambientes.
A segunda
frente de atuação é o plantio de sistemas agroflorestais - também conhecido
como plantios biodiversos e densos. Neste caso, o objetivo é a restauração mais
rápida dos ambientes.
“A gente
entra com mais espécies e faz o manejo, ou seja, dinamiza o trabalho de
restauração. A proposta para o futuro é ter essas áreas de referência,
popularizar o conhecimento entre as comunidades e preparar o IHP para, caso
tenha áreas impactadas pelo fogo futuramente, possa restaurá-las a partir da
aplicação dessas técnicas”, afirma Arantes.
O
presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo, afirma que todo o trabalho impacta,
inclusive, na preservação da fauna pantaneira. “No Moquem, uma região que foi
brutalmente atingida pelo fogo, será um oásis agora, com plantas frutíferas
típicas da região. Isso vai acabar fomentando o retorno da fauna, em especial
as aves. Também teremos aceiros verdes, uma estratégia de proteção e prevenção
ao fogo, em que contaremos com o apoio da Brigada Alto Pantanal”, explica.
g1 MS
12/01/2022