Em 1990, então com 27 anos, Marcos Palmeira deu vida ao Tião, personagem secundário de “Pantanal”, mas que tinha tanta relevância quanto os protagonistas, tornando-se marcante na carreira do ator. Agora, 32 anos depois, ele volta na releitura da história pelas mãos de Bruno Luperi, neto do autor do texto original, Benedito Ruy Barbosa, interpretando o José Leôncio, papel eternizado por Claudio Marzo.
Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 22 de março, da qual OFuxico participou, o ator de 58 anos destacou a felicidade em voltar à história. E fez questão de ressaltar que se trata de uma nova novela.
“São novas camadas. Na época era obra aberta e agora temos uma obra inteira. O curioso é que a novela foi tão vista pelas pessoas que o público conhece mais a novela do que a gente. Estamos fazendo uma nova novela, não se trata simplesmente de um remake”, disse ele.
Palmeira recebeu elogios de José Loreto, que agora viverá o Tadeu. O jovem ator destacou que se sentiu mais do que à vontade.
“O Marquinhos foi tão sensível e generoso na troca de figurinhas, foi um capitão desde antes da preparação. Era emocionante vê-lo voltando a esse trabalho, chegando na mesma casa que ele gravou. Ele me instigava, sem saber”, contou Loreto, vibrando.
“Ele me apontava o caminho sem me dizer que estava me dando. Sempre vem com uma palavra de carinho e deixa o ambiente com leveza, eu consigo ficar totalmente desassociado de referências’, completou o pai de Bella.
REVERÊNCIAS À CLAUDIO MARZO
Claudio Marzo estava com 50 anos quando viveu o José Leôncio. Marcos Palmeira está com 58, mas disse que se sente mais jovial do que o ator, que faleceu em 2015. E rende todos os elogia à ele, apesar de não se basear especificamente na interpretação do saudoso artista.
“Dedico o meu Zé Leôncio para o Cláudio Marzo, que viveu o personagem na primeira versão da trama. Mas estou procurando fazer um personagem mais brando e mais carinhoso. Um pouco com a minha cara”, destacou Marcos.
“Por mais que aplauda o Claudio Marzo, meu Zé Leôncio não tem a ver com o dele, assim como o Tadeu do Zé Loreto não tem a ver com o meu. Custei muito a me desapegar do Tadeu. Loreto é um outro Tadeu, está lindo o trabalho”, disse.
O artista, enfatizou que o clima nos bastidores, desde o início, tem sido de total entrosamento, mesmo que atores veteranos, como eoe, estejam em cena com novatos, como era ele em 1990.
“O que é mais parecido é a disponibilidade de todos nós, todos com o pé no amadorismo, do novo, de fazer algo diferente, com frescor. Éramos na época atores muito jovens, começando, e a agora parece que todo mundo entrou no mesmo barco, está todo mundo experimentando. O Pantanal demanda uma relação diferente com o próprio trabalho”, afirmou Palmeira.