“Olha a Beija-Flor aí, gente”. Com seu famoso refrão, o
compositor e cantor Neguinho da Beija-Flor subiu no palco da Integração, em
Corumbá, na sexta-feira (10), segundo dia de shows do FAS 2023 (Festival
América do Sul).
O artista entrou cantando o sucesso que leva o nome da
sua escola e também seu apelido, a carioca Beija-Flor de Nilópolis.
Velho conhecido dos fãs corumbaenses – quinta vez que
Neguinho se apresenta no Festival – o cantor já emendou a música “Sorriso
Negro”. E o público acompanhou disciplinadamente a letra.
Inédita, o bom astral da “Vovó Filé” fez a melhor idade
levantar das cadeiras e dançar da divertida canção, que diz que a cinquentona
Filé provoca inveja nas menininhas.
Uma senhora na frente do palco delirava de tanta alegria,
dançando sozinha.
Neguinho perguntou ao público se estava apaixonado e
começou a cantar mais um sucesso, “ Ângela”.
A regravação de “Deixa eu te amar”, de autoria de Agepê,
também fez jovens, senhoras e senhores cantar junto com Neguinho.
E o show foi tomando as pessoas de emoção com famosa
canção de Benito de Paula, “Retalhos de Cetim”.
E aí chegou o momento de reviver os grandes sambas
enredos todos de os tempos das escolas das décadas de 1980 e 1990.
O samba-enredo “É Hoje”, da União da Ilha, com o refrão
“Diga, espelho meu
se há na avenida alguém mais feliz que eu”, abriu pout pourri carnavalesco.
“Explode Coração”, que deu o título à escola de samba
Salgueiro, em 1993, fez o público delirar. O puxador de samba estava em casa.
E o público tomou um porre de felicidade com “Festa
Profana, samba enredo de 1989, da União da Ilha.
E se “sonhar não custa nada”, Neguinho trouxe a música da
Mocidade Independente de Padre Miguel.
O compositor não esquece os amigos e chamou ao palco
Braguinha, que saiu do Rio de Janeiro há 8 anos para vim morar em Corumbá.
Juntos cantaram “Não Deixe O Samba Morrer”, da cantora Alcione.
Um dos momentos mais marcantes foi a entrada das
passistas Carol Castelo, Isadora, Dalia Araujo, e o mestre sala Juruna e a
porta-bandeira Mari, representando a Liga das Escolas de Samba de Corumbá.
O público, que já estava bem empolgado, também teve a
oportunidade de cantar o samba-enredo de 2024, da Beija-Flor: “Um Delírio de
Carnaval na Maceió de Ras Gonguila”.
As músicas “Fogo e Paixão”, de Wando; Mulher Mulher”, “País
Tropical”, de Jorge Ben Jor e “Whisky a Go-Go”, do Roupa Nova fizeram parte de
outro maravilhoso pout pourri.
Já passava da meia-noite quando “Trem das Onze” encerrou
a encantadora apresentação de Neguinho da Beija-Flor, um artista querido, prata
da casa de Corumbá e do Festival América do Sul.
Tetê Espíndola e Orquestra de Maestro Martinelli
A Catedral de Nossa Senhora da Candelária teve o
privilégio de receber uma das vozes mais angelicais de Mato Grosso do Sul, na
manhã de sexta-feira (10). A combinação perfeita de um ambiente sagrado, com a
sinfonia da Orquestra de Câmara do Pantanal, comandada pelo Maestro Eduardo
Martinelli e o entoar da voz aguda de Tetê Espíndola abrilhantaram ainda mais o
dia em Corumbá.
O sobrenome Espíndola é muito forte no Estado e por onde
passa arrasta sua multidão. Não foi diferente no projeto Catedral Erudita, que
reuniu um grande público de todas as idades, desde crianças a idosos. Os olhos
brilhantes dos fãs estavam vidrados na artista, que abriu a apresentação com o
sucesso ‘Cuñataiporã’, do seu irmão Geraldo Espíndola.
A artista já se apresentou em Corumbá muitas vezes, mas
no Festival América do Sul é a primeira vez. Ela diz admirar a pluralidade que
o evento traz. “Isso é uma responsabilidade, representar o som do local, do
País, cada coisa diferente, cada um com a sua cultura. É muito importante,
tomara que isso continue, cada vez melhor”.
Criador de Arte
O maestro Martinelli exaltou como é fundamental fazer
arte em um festival tão grandioso como o FAS. “A arte, a criação artística, é
uma coisa que a gente pode ver que, de toda a natureza, só o homem faz. Então,
se a gente for pensar bem, é uma maneira do homem ser feito à imagem e
semelhança do próprio Deus, que é um criador. Então, você vê o ser humano,
através da sua arte, ele também se sente um criador, e a arte faz com que a
gente se reconheça enquanto humanidade, enquanto espécie, enquanto povo”,
enfatizou o maestro.
A apresentação de Tetê Espíndola e da Orquestra de Câmara
do Pantanal encerrou com o sucesso ‘Escrito nas estrelas’. Quando a artista
iniciou com os versos “Você pra mim foi o Sol / De uma noite sem fim / Que
acendeu o que sou /E renasceu tudo em mim”, a plateia vibrou e cantou junto até
o final, aplaudindo de pé o espetáculo.
Ascom FAS 2023