Presos
chegaram ao Mato Grosso do Sul em um voo comercial. Dupla foi encaminhada ao
presídio sob forte escolta.
Sob forte esquema de segurança, Zinho e o comparsa Boquinha chegaram a
Mato Grosso do Sul após serem transferidos do Rio de Janeiro, na noite desse
sábado (16). A dupla foi encaminhada em comboio para o presídio federal de
Campo Grande.
Preso desde dezembro no ano passado, Zinho,
Luiz Antônio da Silva Braga, é chefe da maior milícia do Rio de Janeiro e
considerado um dos criminosos mais perigosos do estado. Tinha 12 mandados de
prisão e estava foragido desde 2018 até se entregar, no Natal de 2023.
A decisão da transferência foi tomada no último dia 20
de fevereiro pela juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara
Criminal, e vale também para Marcelo de Luna Silva, o Boquinha, comparsa de
Zinho.
Já em Campo Grande, Zinho e Boquinha foram escoltados até o presídio
federal sob comboio das forças de segurança na capital. Toda a transferência
foi realizada pela Polícia Penal Federal.
Além de Zinho e Boquinha, outros 12 presos foram transferidos entre as
Penitenciárias Federais, com o propósito de minar as estruturas das lideranças
ligadas ao crime organizado. Os rodízios ocorreram entre quinta-feira (14) e
sábado (16).
A transferência de presos é tomada como uma medida crucial para garantir
o funcionamento regime, visando a desarticulação das organizações criminosas
dentro das instituições de segurança máxima, além de enfraquecer e dificultar
vínculos nas regiões onde se encontram as Penitenciárias Federais.
“Ressalta-se que os grupos de milícia instalados neste Estado,
fortemente estruturados e ostentando capilaridade por todo país e até no
exterior, vêm, diuturnamente, protagonizando o terror infligido, em especial
aos moradores de comunidades carentes, deles fazendo reféns e gerando situação
de instabilidade por anos e sem descanso. Tudo isso já aponta para o grave e
concreto risco que a permanência do referido réu em solo fluminense representa
à continuidade das políticas de segurança pública em desenvolvimento no
Estado”, escreveu a magistrada em sua decisão.
Quem é
Zinho
Zinho assumiu a milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona
Oeste do Rio, em 2021, dois meses após a morte do antigo chefe, seu
irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko.
Antes de se tornar o chefe da milícia, Zinho estava ligado às atividades
de lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense, e
cuidava da contabilidade do grupo.
Como o g1 revelou em 2018, na série Franquia do Crime, Zinho
era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro, que, segundo a
polícia, faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017. Outras empresas da
organização criminosa eram utilizadas para movimentação do dinheiro.
Em 29 de agosto de 2018, a Polícia Civil tentou cumprir um mandado de
prisão contra Zinho em um sítio no Espírito Santo. Na ocasião, o miliciano
conseguiu fugir pela mata, mas a polícia apreendeu o celular dele, deixado no
momento da fuga.
Em janeiro de 2019, o Núcleo de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem
de Dinheiro da Polícia Civil efetuou o sequestro da mansão de Zinho na Barra da
Tijuca, avaliada em R$ 1,7 milhão. Ele não estava em casa no momento da chegada
da polícia.
Foram apreendidos também outras três propriedades do miliciano, duas
delas registradas em nomes de "laranjas".
Zinho esteve para ser capturado várias vezes, principalmente em ações da
Polícia Civil, mas sempre conseguiu escapar. Em uma delas os policiais mataram
um sobrinho dele, o Faustão. Como retaliação, 35 ônibus foram queimados na Zona
Oeste do Rio.
Por g1
MS