Com o retorno do calor e a baixa na
umidade, áreas voltaram a ser consumidas pelo fogo na região de Corumbá (MS).
Brigadistas têm cinco regiões específicas em atenção contra as chamas.
Após
alguns dias com queda e até mesmo zerar o
número de focos de incêndios no Pantanal, o bioma volta a arder em chamas. Nesta
segunda-feira (22), a alta nas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar
intensificaram o fogo na região de Corumbá (MS). Bombeiros utilizam aviões e helicópteros no
combate
É
possível ver brigadistas do PrevFogo, órgão vinculado ao Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), durante combate às
chamas na região do Rabicho, área que voltou a ser consumida pelo fogo desde o
último sábado (20).
Corumbá, que concentra cerca de 88% dos focos de
incêndios ativos no Pantanal, está sob alerta laranja, segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet). Na cidade, a umidade relativa do ar deve
variar entre 20 e 12% ao longo desta semana, o que pode intensificar os
incêndios florestais.
Ao todo, nesta segunda, 53 focos de incêndios estão
ativos na região do Pantanal. Corumbá tem 47 pontos de calor, seguido por
Poconé, no Mato Grosso, com 4, e Porto Murtinho, também na área pantaneira de
Mato Grosso do Sul, com 2 focos ativos. Os dados são do programa BDQueimadas,
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Combate ao
fogo
O fogo consome o bioma há mais de três meses. Mais
de 794 mil hectares foram destruídos, o que deixa um rastro de devastação ambiental
e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área
completamente destruída representa um pouco mais de 5% de todo o território
pantaneiro.
Segundo boletim diário da "Operação
Pantanal", cinco pontos específicos são monitorados pelo Corpo de
Bombeiros. Militares estão em campo no controle ao fogo nas seguintes áreas:
1. Região
Rabicho: próxima ao Rio Paraguai, foram feitos aceiros em uma fazenda. Os
combates em solo são feitos na área da Marinha do Brasil;
2. Porto da
Manga: na região, o fogo se estende em uma linha de
aproximadamente 4 km. Devido à gravidade do incêndio, os bombeiros fazem
intervenção para acompanhamento e ações de combate;
3. Região dos
Paiaguás: ao nordeste do Pantanal Sul-mato-grossense, na
região do Paiaguás, mantém-se o combate a focos de incêndios ativos. As áreas
afetadas estão sob vigilância constante;
4. Maracangalha: no
fim de semana, equipes foram ao local para reconhecer possíveis pontos para
combate ao fogo. Entretanto, devido à dificuldade de acesso por via terrestre,
foi possível realizar apenas o mapeamento dos focos de calor com o auxílio do
drone. A região é monitorada, já que há a possibilidade do ressurgimento do
fogo;
5. Nhecolândia: os
focos foram controlados. Porém, bombeiros estão em atenção para possíveis
reativações do fogo.
O retorno do fogo na região já era esperado pelos
especialistas. Mesmo com dias em que os incêndios foram zerados, o PrevFogo se
demostrou cauteloso quanto à declaração de "fogo extinto". O
protocolo do órgão previa 10 dias sem fogo, o que não chegou a ocorrer no
Pantanal de Mato Grosso do Sul.
A preocupação dos brigadistas é
exatamente com o fogo subterrâneo, chamada de turfa e característica no solo do
Pantanal. A matéria orgânica é resultante da decomposição da
vegetação que se acumula no solo e pode alcançar vários metros de profundidade,
tornando-se altamente inflamável.
O monitoramento por todo o bioma segue por meio dos
brigadistas do PrevFogo, Corpo de Bombeiros, Exército e militares enviados pela Força
Nacional.
Mais de 500 profissionais, entre brigadistas do
Ibama, ICMbio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas e militares do Corpo
de Bombeiros, atuam de forma sistêmica para combater as chamas no bioma.
Ao todo 11 aeronaves são usadas no combate ao fogo,
incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390. A
estrutura ainda conta com 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas.
Lembrando que a estrutura é usada de acordo com a demanda diária.