O nível do Rio Paraguai, em Mato
Grosso do Sul, está crítico e pode piorar até o fim deste mês de setembro,
chegando à marcação mais baixa em mais de 100 anos, desde que começaram os
monitoramentos na estação Porto Murtinho e Ladário.
A previsão foi dada nesta quinta-feira
(19), pelo gerente de recursos hídricos do Imasul (Instituto Estadual do Meio
Ambiente), Leonardo Sampaio.
Até o fim de setembro, a maior seca da
história do rio deve ser confirmada se redução da água seguir assim
Ele destacou que o Rio Miranda,
afluente do Paraguai, foi o primeiro a atingir o recorde em 2024. O curso d'água chegou ao menor nível em 15
anos, desbancando índices de 2022 e 2012.
" Já está no pior nível possível já
registrado", confirmou.
Também relacionada ao Rio Paraguai, a
estação São Francisco chegou à terceira menor marca este ano. Outra é a de
Porto Esperança, que enfrenta a pior desde 1939, quando o nível começou a ser
medido.
Ladário tem a sétima pior marcação. Como o nível dos
rios acompanhados em 14 estações pelo Imasul está caindo cerca de 2 centímetros
por dia, a previsão não é boa se a estiagem se estender até o fim de setembro,
diz Leonardo.
"O Rio Paraguai como um
todo, provavelmente até o fim do mês, chegará ao pior nível e à pior estiagem
de todos os tempos", avisa.
Outro rio que está pedindo socorro, é
o Piquiri, localizado na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ele tem
o segundo menor nível já registrado. A previsão é que também atinja recorde se
a estiagem continuar.
Impactos - O gerente de recursos hídricos falou sobre a
situação dos rios durante o boletim da Operação Pantanal, que combate incêndios
florestais em Mato Grosso do Sul. Ele associou o que acontece nos cursos d'água
à seca e ao fogo.
"A seca e a estiagem, quando
estão muito fortes como é o momento atual, se reflete nos rios, baixando muito
o nível", começa.
"Com menos chuva, você tem mais
dificuldade de acesso à água para os animais. Temos que lembrar que o Pantanal
é uma área alagável, se a gente não tem inundação, por estar com estiagem,
acontece todo esse risco de fogo, a vegetação fica mais seca", ele
relaciona.
Segundo o Cemaden (Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o bioma enfrenta a pior seca
dos últimos 70 anos.
O Imasul monitora 14 estações e
disponibiliza boletins diários no portal oficial, apontando secas e
probabilidade de inundações também.
Da
redação com Imasul !